sábado, 14 de março de 2015

Estamos de volta!

Depois de algum tempo, o Foca na Mídia está de volta! Manteremos o cenário opinativo, de modo concreto e sempre focando no jornalismo.

O projeto da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) irá criar diversas pautas para a disciplina Jornalismo Especializado e Convergências de Mídias, ministrado pelo professor José Antônio Bonato. Com frequência, teremos postagens de vários assuntos, e teremos um foco no agronegócio, para um premiação no final do ano.

E você leitor, aprecie o conteúdo de futuros jornalistas, que procuram sempre trabalhar com seriedade e competência. Bem-vindos! 

sábado, 21 de setembro de 2013

Mídia Ninja: Uma solução ou um problema?

“Com o aumento das críticas à TV Globo pelos manifestantes, a Mídia Ninja se tornou rapidamente uma fonte confiável de informação para muitos dos envolvidos nos protestos e transmitiu ao vivo manifestações em todo o Brasil”, diz um texto do jornal britânico The Guardian, publicado um dia após a chegada do papa Francisco ao Rio de Janeiro.

Em junho, em meio às manifestações no Brasil, quando milhares de cidadãos foram às ruas protestar contra a corrupção, falta de infraestrutura, etc., a Mídia Ninja teve o seu ápice. Mas o que era essa tal Mídia Ninja? O que ela faz? Como ela trabalha? Muitas pessoas se questionavam, e eu era uma delas. 

Ninja é a sigla de Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação, um grupo de jovens que ficava bem próximo aos jovens manifestantes e policiais, e usava da tecnologia, como smartphones, câmeras, notebooks e conexão 3G, para divulgar ao vivo os protestos que aconteciam nas ruas e os confrontos com a polícia.

Em 5 de agosto, Pablo Capilé e Bruno Torturra, que fazem parte do grupo Mídia Ninja, participaram do Programa Roda Viva, onde fizeram vários esclarecimentos sobre essa nova alternativa para o jornalismo no futuro. A prova de que o jornalismo tradicional envelheceu nos últimos tempos, foi o “baile” que os jornalistas da banca entrevistadora levaram de Capilé e Torturra.

A Mídia Ninja pretende aumentar seu alcance e conseguir mais estrutura de trabalho. Para isso, eles dão a entender que pretendem financiar seu trabalho com o apoio dos próprios leitores, como assinaturas de baixo valor, por exemplo, e oferecendo em troca site com conteúdos, além das coberturas ao vivo.

Na entrevista, algumas coisas deixam dúvidas. A questão do grupo Fora do Eixo, por exemplo, um coletivo comandado por Pablo Capilé, que financia os ninjas. O Fora do Eixo é uma cooperativa de pequenos produtores de eventos. De acordo com Capilé, 30 mil artistas conseguem sobreviver de sua música. Os shows que eles organizam têm ingressos a preços baixos e eventualmente, são gratuitos.


Segundo a Folha, o coletivo captou cerca de 12 milhões de reais de verbas do governo entre 2010 e 2012. O problema é que não se sabe como ele é aplicado.O que falta é a transparência do Fora do Eixo, e isso que vai fazer toda a diferença para a causa.
Apesar dos prós e contras, acredito que esse conteúdo colaborativo pode influenciar a mídia tradicional, e quem ganha são os próprios leitores, com mais informação de qualidade e de todos os ângulos.
Caroline Silva.

Caroline Silva.



sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Revolução no Jornalismo?



Para quem está envolvido no meio jornalístico atualmente, repara em certas mudanças radicais nas mídias. Fechamento de revistas do Grupo Abril e redução de redações, jornais demitindo funcionários e redações sendo fechadas. Estamos passando por uma “limpa geral” no jornalismo.

Nas manifestações ocorridas no país, e que chamaram a atenção de governo e das grandes mídias como a Globo, um novo elemento se destacou em meio a tanto caos: os chamados Mídia Ninja foram destaque na cobertura em tempo real de toda a barbaridade, confusão e destruição ocorrida. Nem mesmo mídias rápidas de divulgação como facebook ou twitter tiveram tanta clareza e qualidade na transmissão desses fatos.

A curiosidade sobre como funciona o Mídia Ninja foi tanta que a bancada experiente do Roda Viva, na TV Cultura, convidou Bruno Torturra e Pablo Capilé, responsáveis pelo veículo, para relatar o projeto do Mídia. Para quem pode acompanhar toda a entrevista, o veículo, segundo eles, é independente de patrocínios e isento de partidos políticos. O sistema que mantém o Mídia é um tanto quanto confuso, de casas coletivas com 20 pessoas, que trabalham fora e ajudam no lucro. Pablo até que explicou detalhadamente o sistema, mas sentimos que o programa termina com algumas dúvidas.

Então vêm as grandes discussões que o Roda Viva trouxe: o Mídia Ninja é jornalismo? O sistema que eles criaram é válido? O que eles pretendem mover no jornalismo com suas ideologias? Chegamos a uma discussão do jornalismo atual, em que os jovens já acreditam nos grandes jornais, nas mídias dominadoras e no jornalismo patrocinado e partidário de hoje. Passaríamos por uma revolução? Os Ninjas demonstram que sim, indiretamente, mas será que o país, e consequentemente o mundo, estariam prontos para essa mudança?

Os Ninjas trazem um jeito inovador de fazer jornalismo, mais dinâmico, direto e realista, independente de empresas e partidos. Podemos dizer que estaríamos tendo uma mídia isenta de poderes? Ainda há muitos capítulos nessa história, mas se houver uma grande mudança, só os futuros jornalistas, que atualmente são os jovens atrás de um país igualitário, poderão presenciar ao longo do anos.  

Nicholas Araujo

A Mídia (é) Ninja?


Um fenômeno pós-moderno. Pode ser que outros jargões como tsunami de informações, avalanche jornalística ou fenômeno midiático definam a entrevista do grupo Mídia Ninja aos jornalistas do programa Roda Viva.

Seria uma imensa demagogia não analisar os assuntos levantados pela imprensa em decorrência desta entrevista histórica, tão comentada nas redes sociais e nos bastidores da imprensa brasileira.

Porém, não existe lógica nas palavras do Senhor Capilé. Desburocratização, descapitalização, pulverização de pagamentos e indivíduo que sobrevive do limite bancário, soa estranho aos ouvidos dos telespectadores quando logo em seguida ouve-se o tilintar dos cifrões na casa dos 3 milhões de Reais que foram gerados no ano passado, simplesmente com ações culturais e de entretenimento.

Os entrevistadores do Roda Viva esforçaram-se em entender uma “rede” muito simples de arrecadação de fundos estatais para serem usados contra o próprio Estado. Se o Capilé e o Torturro são militantes das próprias convicções não muito claras, que podem apoiar o Movimento do Passe Livre e ao mesmo tempo se eximir de avaliar as ações de vandalismo dos Black Blocs, onde está a coerência em arrecadar dinheiro público através da(s) casa(s) Fora do Eixo e repassar esta verba ao Mídia Ninja? Posso estar enganado, mas isto me lembra muito o repasse e desvio de verbas destinadas à cultura. No que difere a parceria Casa Fora do Eixo – Mídia Ninja dos desvios das verbas destinadas à saúde, educação e segurança, tão comuns em nosso querido país? Isso sem falar na acusação que a Casa está sofrendo nas mídias sociais, mídia escolhida para a divulgação das ações.

Há alguns dias, o coletivo comandado por Pablo Capilé, que financia os Ninjas, foi acusado pela cineasta Beatriz Seigner de uma série de malfeitos num post longo e indignado no Facebook. Beatriz afirma ter trabalhado com o grupo por um ano. Fala em “trabalho escravo”.

Alguns pontos de seu depoimento entre aspas:

“Recebi um contrato do SESC e vi que o Fora do Eixo estava recebendo por aquela sessão [de exibição de seu filme, com espaço para debates] em meu nome e não haviam me consultado sobre aquilo. Assinei o contrato minutos antes da exibição e cobrei do Fora do Eixo aquele valor, descrito ali como sendo meu cachê, coisa que eles me repassaram mais de nove meses depois porque os cobrei publicamente”.

“Me levaram para jantar na casa da diretora de marketing da Vale do Rio Doce, no Rio de Janeiro, onde falavam dos números fabulosos (e sempre superfaturados) da quantidade de pessoas que estavam comparecendo às sessões dos filmes, aos festivais de música, e do poder do Fora do Eixo em articular todas aquelas pessoas em todas estas cidades. Falavam do público que compareciam a estas exibições e espetáculos como sendo filiados a eles. Ou como se eles tivessem qualquer poder sobre este público”.

“Ele [Pablo Capilé] era contra pagar cachês aos artistas, pois se pagasse valorizaria a atividade dos mesmos e incentivaria a pessoa ‘lá na ponta’ da rede, como eles dizem, a serem artistas e não ‘DUTO’ como ele precisava. Eu perguntei o que ele queria dizer com “duto”, ele falou sem a menor cerimônia: “duto, os canos por onde passam o esgoto”.

“Quem mora nas casas Fora do Eixo, abdica de salários por meses e anos, e, portanto não tem um centavo ou fundo de garantia para sair da rede. Também não adquirem portfólio de produção, uma vez que não assinaram nada do que fizeram lá dentro – nem fotos, nem cartazes, nem sites, nem textos, nem vídeos. E, portanto, acabam se submetendo àquela situação de escravidão (pós) moderna, simplesmente, pois não veem como sobreviver da produção e circulação artística, fora da rede. Muitas destas pessoas são incentivadas pelo próprio Pablo Capilé a abandonar suas faculdades para se dedicarem integralmente ao Fora do Eixo. Quanto menos autonomia intelectual e financeira estas pessoas tiverem, melhor para ele.”

Constam ainda outros relatos de participantes que tiveram algum prejuízo com as Casas. Na internet é fácil encontrar sites dedicados a esclarecer as atividades, mas sempre de forma informativa e investigativa. Dois exemplos de site são: Dossiê fora do eixo e uma página no Tumblr, Fora do Beiço, por sinal, muito cômico, apesar do mau gosto.

De todo modo, fica no ar ainda a impressão de que o Mídia Ninja é um movimento apartidário, mas que “talvez” não sobreviveria sem verba pública. Ou então, estaríamos diante de uma nova forma de “pirâmide”? Onde seus seguidores entrariam com o talento e seus dons profissionais e artísticos pra que uma minoria conseguisse atingir seus objetivos econômicos?

Não há como não reconhecer o intuito dos Ninjas em confrontar a nova e a antiga geração de jornalistas, mas há de se ter cuidado com denúncias que podem manchar seriamente este movimento,a ponto de gerar desconfiança e até conflitos entre seus simpatizantes e seguidores.


Augusto Ribeiro

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Apresentação

Estamos em busca da notícia, seja ela o que for. Vamos trazer o melhor do jornalismo. Feitos por jovens atrás de um ideal, atrás do que realmente importa. A visão crítica do assunto, a análise, o sentido e a realidade. Foca na Mídia!