sábado, 21 de setembro de 2013

Mídia Ninja: Uma solução ou um problema?

“Com o aumento das críticas à TV Globo pelos manifestantes, a Mídia Ninja se tornou rapidamente uma fonte confiável de informação para muitos dos envolvidos nos protestos e transmitiu ao vivo manifestações em todo o Brasil”, diz um texto do jornal britânico The Guardian, publicado um dia após a chegada do papa Francisco ao Rio de Janeiro.

Em junho, em meio às manifestações no Brasil, quando milhares de cidadãos foram às ruas protestar contra a corrupção, falta de infraestrutura, etc., a Mídia Ninja teve o seu ápice. Mas o que era essa tal Mídia Ninja? O que ela faz? Como ela trabalha? Muitas pessoas se questionavam, e eu era uma delas. 

Ninja é a sigla de Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação, um grupo de jovens que ficava bem próximo aos jovens manifestantes e policiais, e usava da tecnologia, como smartphones, câmeras, notebooks e conexão 3G, para divulgar ao vivo os protestos que aconteciam nas ruas e os confrontos com a polícia.

Em 5 de agosto, Pablo Capilé e Bruno Torturra, que fazem parte do grupo Mídia Ninja, participaram do Programa Roda Viva, onde fizeram vários esclarecimentos sobre essa nova alternativa para o jornalismo no futuro. A prova de que o jornalismo tradicional envelheceu nos últimos tempos, foi o “baile” que os jornalistas da banca entrevistadora levaram de Capilé e Torturra.

A Mídia Ninja pretende aumentar seu alcance e conseguir mais estrutura de trabalho. Para isso, eles dão a entender que pretendem financiar seu trabalho com o apoio dos próprios leitores, como assinaturas de baixo valor, por exemplo, e oferecendo em troca site com conteúdos, além das coberturas ao vivo.

Na entrevista, algumas coisas deixam dúvidas. A questão do grupo Fora do Eixo, por exemplo, um coletivo comandado por Pablo Capilé, que financia os ninjas. O Fora do Eixo é uma cooperativa de pequenos produtores de eventos. De acordo com Capilé, 30 mil artistas conseguem sobreviver de sua música. Os shows que eles organizam têm ingressos a preços baixos e eventualmente, são gratuitos.


Segundo a Folha, o coletivo captou cerca de 12 milhões de reais de verbas do governo entre 2010 e 2012. O problema é que não se sabe como ele é aplicado.O que falta é a transparência do Fora do Eixo, e isso que vai fazer toda a diferença para a causa.
Apesar dos prós e contras, acredito que esse conteúdo colaborativo pode influenciar a mídia tradicional, e quem ganha são os próprios leitores, com mais informação de qualidade e de todos os ângulos.
Caroline Silva.

Caroline Silva.



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