Para
quem está envolvido no meio jornalístico atualmente, repara em
certas mudanças radicais nas mídias. Fechamento de revistas do
Grupo Abril e redução de redações, jornais demitindo funcionários
e redações sendo fechadas. Estamos passando por uma “limpa geral”
no jornalismo.
Nas
manifestações ocorridas no país, e que chamaram a atenção de
governo e das grandes mídias como a Globo, um novo elemento se
destacou em meio a tanto caos: os chamados Mídia Ninja foram
destaque na cobertura em tempo real de toda a barbaridade, confusão
e destruição ocorrida. Nem mesmo mídias rápidas de divulgação
como facebook ou twitter tiveram tanta clareza e qualidade na
transmissão desses fatos.
A
curiosidade sobre
como funciona o Mídia Ninja foi tanta que a bancada experiente do
Roda Viva, na TV Cultura, convidou Bruno Torturra e Pablo Capilé,
responsáveis pelo veículo, para
relatar o projeto do Mídia. Para quem pode acompanhar toda a
entrevista, o veículo, segundo
eles, é independente de
patrocínios e isento de partidos políticos. O sistema que mantém o
Mídia é um tanto quanto confuso, de casas coletivas com 20 pessoas,
que trabalham fora e ajudam no lucro. Pablo até que explicou
detalhadamente
o sistema, mas sentimos que o programa termina com algumas dúvidas.
Então
vêm as grandes discussões que o Roda Viva trouxe: o Mídia Ninja é
jornalismo? O sistema que eles criaram é válido? O que eles
pretendem mover no jornalismo com suas ideologias? Chegamos a uma
discussão do jornalismo atual, em
que os jovens já acreditam nos
grandes jornais, nas mídias dominadoras e no jornalismo patrocinado
e partidário de hoje. Passaríamos por uma revolução? Os Ninjas
demonstram que sim, indiretamente, mas será que o país, e
consequentemente o mundo, estariam prontos para essa mudança?
Os
Ninjas trazem um jeito inovador de fazer jornalismo, mais dinâmico,
direto e realista, independente de empresas e partidos. Podemos dizer
que estaríamos tendo uma mídia isenta de poderes? Ainda há muitos
capítulos nessa história, mas se houver uma grande mudança, só os
futuros jornalistas, que atualmente são os jovens atrás de um país
igualitário, poderão presenciar ao longo do anos.
Nicholas Araujo
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